Esta segunda feira dia 21 de Fevereiro de 2011, temos em Entrevista Exclusiva “O Adepto Sesimbrense” o treinador de futebol do escalão de Juniores do G.D. Sesimbra Pedro Macedo.
Nesta entrevista irão ser abordados temas como a sua memória enquanto atleta de formação, os seus objectivos para esta época, entre outros.
Adepto Sesimbrense – O que significa para si o Grupo Desportivo de Sesimbra?
Pedro Macedo – Falar do Sesimbra e do Grupo Desportivo de Sesimbra é para mim um sinónimo de paixão, afecto e interesse. Desde sempre que me encontro relacionado com o clube, isto porque grande parte da minha família teve/tem fortes ligações com o mesmo. O facto de desde muito pequeno (3 Anos) acompanhar o meu pai nos treinos e em jogos, em que nessa altura cheguei em muitos encontros a ser a mascote da equipa entrando em conjunto com os jogadores, talvez tenha feito com que neste momento continue a amar e servir o G.D.S.Sou sócio desde o dia do meu nascimento e interesso-me por toda a vida do nosso clube nomeadamente todas as modalidades que o clube possui.
A.S. – Tendo sido atleta de futebol do G.D. Sesimbra, que memórias tem do seu tempo de atleta de formação? O que mudou desde então?
P.M. – Infelizmente no meu tempo como atleta juvenil, não consegui títulos e muitas vezes obtenção dos mesmos é a lembrança mais destacada, contudo, mantenho grandes recordações e apontamentos, designadamente o facto das equipas serem constituídas, na sua quase totalidade por amigos de infância, colegas de escola e que residiam em Sesimbra.Outra memória que tenho, era o prazer que tinha em jogar no Vila Amália, mesmo sendo pelado (também na altura haviam muito poucos relvados), em qualquer jogo de futebol juvenil, o antigo peão estava quase sempre repleto de público, quer sejam familiares ou outros amantes do clube e do futebol de formação. Esse apoio era espectacular e único e ajudou-nos muitas vezes a conseguir ultrapassar as dificuldades que os adversários apresentavam.Considero que existem, entre outras, duas mudanças que se destacam:- ao nível das infra-estruturas, uma vez que hoje em dia existem poucos campos pelados, e as condições que o G.D. S. oferece á formação, encontram-se num patamar elevado.- escassez de atletas provenientes da vila de Sesimbra, sem pretender diferenciar ou menosprezar os actuais atletas, estranho o facto de hoje em dia algumas equipas do clube terem de recorrer a atletas fora do concelho, isto porque já houve épocas em que em dias de jogo, deslocávamo-nos a Sesimbra para ir buscar 1 ou 2 atletas.
A.S. – Sendo filho de um ex-futebolista carismático do clube, como vê actualmente a forma como o futebol é seguido pela população sesimbrense, quer mais jovem, quer mais antiga?
P.M. – Antes de responder á questão, permitam-me que destaque o seguinte. Tal como eu, decerto que muitos estamos no futebol e sobretudo no G.D.S., em virtude dos nossos pais terem incutido em nós esse gosto, particularmente fico muito agradecido ao meu pai por tudo o que fez por mim. Aproveito ainda a ocasião, para emitir uma opinião relativamente ás figuras carismáticas que o clube tem ou teve, considero que poderiam ter um papel preponderante e na vida do clube, sobretudo junto dos mais novos, com a transmissão das suas vivências e acima de tudo transferir um pouco da mística e história dos tempos áureos que o clube viveu, nas várias modalidades. O facto de somente o futebol sénior jogar em Sesimbra, talvez tenha contribuído para um menor acompanhamento por parte da população, especificamente no que respeita ao futebol juvenil, mas julgo que esse não é o motivo principal, havendo outros que afastam o público como tem sido evidente nas fracas assistências que as equipas séniores têm sentido.
A.S. – Qual o sentimento de puder treinar o clube do seu coração?
P.M. – Ser treinador sempre foi um objectivo que persegui. Treinar o clube que se ama e que se segue com interesse e que através do teu contributo se procura obter e permitir o maior sucesso possível, é naturalmente agradável, e isso é a minha convicção actual.
A.S. – Após uma época algo atribulada, com a despromoção da equipa de Juniores á 2ª. Divisão Distrital da A.F.S., o que sentiu ao saber que esta época iria competir numa divisão inferior, sabendo da forma como tal sucedeu?
P.M. – Têm surgido muitas pessoas que me aconselharam a esquecer tudo o que passou e continuar a trabalhar. Pessoalmente, jamais vou esquecer a forma como os meus atletas foram tratados nesse jogo, frente ao Moitense, que decorreu na época anterior, especialmente pela forma simples, prática e injusta como o Sr. Fábio Varanda (árbitro da partida) decidiu o caso (isto porque a sua atitude foi preponderante na decisão da AFS), pelo que continuarei a lutar para demonstrar a realidade dos factos e limpar a imagem com que ficámos.As coisas são inferior se nós as considerar-mos dessa forma. Muitos me têm dito que esta é uma época perdida, e apesar de ter pensado bastante na minha continuidade como treinador de futebol, decidi assumir a equipa e continuar o meu trabalho, pelo que não sinto/sentimos qualquer tipo de inferioridade em nos encontrar-mos nesta divisão.
A.S. – Quais os objectivos que pretende alcançar esta época com o seu plantel, quer em termos individuais, quer em termos colectivos?
P.M. – Julgo que o objectivo de todos os treinadores é obter sucesso. Um dos meus objectivos enquanto treinador de futebol é o de todos os dias sair de consciência tranquila, que fiz tudo de forma correcta, responsável e séria, factores estes que são denominadores do sentimento de dever cumprido assim como permitir que os atletas se encontrem melhor apetrechados, a vários níveis e em condições de continuarem o seu percurso desportivo.Em relação à presente época e falando em nome do grupo, objectivamos colocar a equipa no lugar que nos tiraram de forma traiçoeira, pelo que todo o plantel encontra-se compenetrado nesse propósito.
A.S. – Até ao momento, a equipa tem estado bastante regular na competição, sente o conjunto motivado e confiante para continuar no caminho das vitórias?
P.M. – Sim, o grupo na realidade encontra-se com esses sentimentos. Felizmente possuo uma estrutura homogénea e com uma identidade que me agrada sobremaneira, designadamente o plantel que é muito regular e idêntico, pelo que se apresentam bastante motivados na prossecução dos objectivos propostos.
A.S. – Quais as equipas que para si têm mais condições para uma promoção á 1ª. Distrital?
P.M. – Embora este fosse um campeonato completamente desconhecido para mim, houve necessidade de efectuar algum trabalho suplementar, especialmente na avaliação de adversários, assim, conforme se apresenta a tabela classificativa e de acordo com as avaliações que efectuámos, julgo que os primeiros 5/6 classificados são os possíveis candidatos.
A.S. – Em termos pessoais, apesar de ser um treinador jovem, tem alguma experiência em vários escalões de formação, quais são os seus objectivos futuros na modalidade?
P.M. – Sabe que sempre tive demasiado interesse em ser treinador, enquanto jogador, cheguei a ter treinadores que trocavam opiniões técnicas comigo, e mesmo nesse período, sempre me preocupei em perceber porque faziam determinado treino, exercício e até porque aplicavam um determinado esquema táctico. Hoje sou treinador, detentor de Nível II, e perspectivo recolher o máximo de conhecimentos possíveis para cada vez mais deter melhores aptidões. Tenho realizado esta actividade subindo alguns degraus, e não penso ficar por aqui. Desejo concretizar o sonho de viver do futebol, chegar a uma liga profissional, e ser bem sucedido nesta carreira, é o sonho que preconizo, pelo que ambiciono obter patamares mais elevados, nomeadamente liderar equipas séniores.
A.S. – Para finalizar esta entrevista, que mensagem quer deixar a todos os adeptos e simpatizantes?
P.M. – Gostava que compreendessem que a falta de apoio é prejudicial para o desempenho de qualquer equipa. Os atletas, directores, colaboradores, treinadores precisam de sentir o carinho e força dos associados e simpatizantes, na tentativa de procurarem elevar o nome do clube e concretizarem o maior sucesso possível. Por isso, desejo que acompanhem as modalidades do G.D. Sesimbra, com um apoio frequente, ordeiro e apaixonante.Aproveito a ocasião para desejar a todas as equipas do clube que cumpram com os seus intuitos.
Da parte da equipa do Adepto Sesimbrense, pedi-mos desculpas por só agora divulgar-mos esta entrevista ao treinador Pedro Macedo, contudo, o conteúdo da mesma contínua actual e por isso, a mesma foi disponibilizada na íntegra.
Ao Pedro Macedo e já passada uma boa parte da época deseja-mos que consiga alcançar o seu grande objectivo, a subida de divisão e muito obrigado por toda a disponibilidade prestada.
O Adepto Sesimbrense.
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